01/11/14

Amei-te e por te amar...

Amei-te e por te amar
Só a ti eu não via...
Eras o céu e o mar,
Eras a noite e o dia...
Só quando te perdi
É que eu te conheci...
Quando te tinha diante
Do meu olhar submerso
Não eras minha amante...
Eras o Universo...
Agora que te não tenho,
És só do teu tamanho.
Estavas-me longe na alma,
Por isso eu não te via...
Presença em mim tão calma,
Que eu a não sentia.
Só quando meu ser te perdeu
Vi que não eras eu.
Não sei o que eras. Creio
Que o meu modo de olhar,
Meu sentir meu anseio
Meu jeito de pensar...
Eras minha alma, fora
Do Lugar e da Hora...
Hoje eu busco-te e choro
Por te poder achar
Não sequer te memoro
Como te tive a amar...
Nem foste um sonho meu...
Porque te choro eu?
Não sei... Perdi-te, e és hoje
Real no [...] real...
Como a hora que foge,
Foges e tudo é igual
A si-próprio e é tão triste
O que vejo que existe.
Em que és [...J fictício,
Em que tempo parado
Foste o (...) cilício
Que quando em fé fechado
Não sentia e hoje sinto
Que acordo e não me minto...
[...] tuas mãos, contudo,
Sinto nas minhas mãos,
Nosso olhar fixo e mudo
Quantos momentos vãos
Pra além de nós viveu
Nem nosso, teu ou meu...
Quantas vezes sentimos
Alma nosso contacto
Quantas vezes seguimos
Pelo caminho abstracto
Que vai entre alma e alma…
Horas de inquieta calma!
E hoje pergunto em mim
Quem foi que amei, beijei
Com quem perdi o fim
Aos sonhos que sonhei…
Procuro-te e nem vejo
O meu próprio desejo…
Que foi real em nós?
Que houve em nós de sonho?
De que Nós fomos de que voz
O duplo eco risonho
Que unidade tivemos?
O que foi que perdemos?
Nós não sonhámos. Eras
Real e eu era real.
Tuas mãos — tão sinceras…
Meu gesto — tão leal...
Tu e eu lado a lado...
Isto... e isto acabado...
Como houve em nós amor
E deixou de o haver?
Sei que hoje é vaga dor
O que era então prazer...
Mas não sei que passou
Por nós e acordou...
Amámo-nos deveras?
Amamo-nos ainda?
Se penso vejo que eras
A mesma que és... E finda
Tudo o que foi o amor;
Assim quase sem dor.
Sem dor... Um pasmo vago
De ter havido amar...
Quase que me embriago
De mal poder pensar...
O que mudou e onde?
O que é que em nós se esconde?
Talvez sintas como eu
E não saibas sentil-o...
Ser é ser nosso véu
Amar é encobril-o,
Hoje que te deixei
É que sei que te amei...
Somos a nossa bruma…
É pra dentro que vemos...
Caem-nos uma a uma
As compreensões que temos
E ficamos no frio
Do Universo vazio...
Que importa? Se o que foi
Entre nós foi amor,
Se por te amar me dói
Já não te amar, e a dor
Tem um íntimo sentido,
Nada será perdido...
E além de nós, no Agora
Que não nos tem por véus
Viveremos a Hora
Virados para Deus
E n'um (...) mudo
Compreenderemos tudo.

Fernando Pessoa

30/10/14

Será que gosto de ti?

         "Gostas de mim?" É uma pergunta que nos é colocada algumas vezes ao longo da vida. Não fui exceção e quando me questionaram assim de surpresa, respondi mecanicamente "não". Uma resposta curta e objetiva. No entanto, não pensada devidamente. Parece-me que para responder a uma pergunta destas, é necessário refletir sobre ela. Coisa que não fiz. Talvez por medo das conclusões a que por ventura chegaria. Talvez porque com aquele "não" conseguisse convencer tanto a pessoa que me questionara como eu. 
            Eu não sei se gosto de ti. Eu apenas gosto de falar contigo, brincar contigo, estar contigo. Gosto de apreciar tudo o que fazes e tudo o que não fazes mas gostarias de fazer. Gosto de conseguir ver mais além nesses teus intensos olhos que (me) cativam. Gostos do som da tua voz e gosto até de ouvir os teus dotes musicais, mesmo que não sejam os melhores. As tuas gargalhadas são o motivo de vários sorrisos meus. Irrito-me, riu e irrito-me novamente com o facto de seres estupidamente fofo. Mas até disso eu gosto! Sinto saudades tuas mesmo estando a teu lado e sinto uma mágoa crescendo dentro de mim sempre que relembro o porquê das coisas estarem assim... 
             Será que eu ainda não sei a resposta? Ou será que tenho receio de a encarar? Desde o início que respondera apenas em função da mente. O problema é quando analiso os factos e apercebo-me de que a resposta proveniente do músculo cardíaco é a fundamental, mais verdadeira e simultâneamente contrária à da mente. 

angel *

29/10/14

"Persuasão"

           Foi com grande satisfação que li mais um fantástico romance de Jane Austen, e... adorei! A história baseia-se num amor entre dois jovens que infortunadamente se vêm obrigados a separar-se. Mas o que está traçado no destino, Homem algum consegue mudar. Apesar de ter sido persuadida pela sua grande amiga quando não tinha ainda maturidade e consciência para tomar as suas decisões, Anne muda de ideia cerca de oito anos mais tarde, quando reencontra o seu grande amor. Será que o amor é capaz de resistir à erosão do tempo? É uma história cativante onde se sente a mágoa das oportunidades perdidas.


« (...) não poderiam encontrar-se ali dois corações como os deles, tão sinceros, com gostos tão semelhantes, sentimentos tão em uníssono, ou seja, duas pessoas que tanto se quisessem. Agora eram como estranhos. Não, pior do que estranhos, pois nunca mais poderiam voltar a viver na intimidade. Teriam de ficar estranhos para sempre.»


     Persuasão, Jane Austen
angel *

26/05/13

Just it.

Large

angel *

You don't know, but...

        
   Sabes que mais? Odeio ter de te tratar desta maneira. Odeio estar chateada contigo. Mas tu não me dás outra hipótese. Assim como eu, nem sempre tomas as atitudes corretas. E sim, isso chateia. E não é pouco. Fazes-me sentir mal comigo mesma. Fazes com que às vezes me sinta como lixo. Não és só tu que sofres, embora penses isso. Talvez se tu estivesses no meu lugar compreenderias, mas não. Não gosto de te ver triste. Assim como não gosto de te entristecer. Mas às vezes tu também me entristeces. Talvez um dia, saibas o que sinto todas as vezes que discutimos. Espero que esse dia não seja tarde demais. 


angel *  

25/05/13

« idk »

Large               Não sei bem  como tudo começou. Não sei porque penso em ti mais do que aquilo que devo. Não sei porque me importo com o facto de me considerares mais do que uma amiga. Não sei porque é que me perco no teu olhar. Não sei porque é que imagino mil e uma coisas que quero fazer, mas apenas serão verdadeiras se as fizer contigo. Não sei como conseguiste fazer (re)nascer em mim, algo que julgava já não existir. Não sei porque é que um estúpido sorriso aparece na minha cara sempre que penso em ti. Não sei porque é que o meu coração dispara quando ouço o teu nome. Não sei porque é que te acho diferente, especial. E sinceramente não sei mais o que dizer nem sei mais o que sentir... porque tudo que sinto acabei de dizer aqui.          

angel *

06/04/13

Very important:

« Não deixes que os teus ouvidos ouçam aquilo que os teus olhos não vêm.
Não deixes a tua boca dizer, aquilo que o teu coração não sente. »

               angel *